Existem dois caminhos que
nos levam para longe da vontade do Senhor: O primeiro é o orgulho e o segundo a
autodepreciação. Ambos indicam uma preocupação consigo mesmo. A atenção voltada
para o eu opõe-se ao mandamento de Deus que lhe ordena amar a Ele e aos outros.
A ênfase no eu também impede o desenvolvimento de uma atitude de servo à
semelhança de Cristo.
E pensando em um destes caminhos "o
orgulho", pois ele é um dos maiores limitadores da visão da glória de Deus.
Uma visão correta da glória de Deus impacta em toda a nossa vida, por isso se faz necessário entender “Porque dele, e por meio dele, e para ele
são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!”(Rm 11.36). Esta
declaração demonstra que nada depende de nossa força, capacidade ou querer, é
tudo Dele, por Ele e para Ele.
Definindo orgulho?
Dicionário de língua
portuguesa Aurélio
1) É o sentimento de dignidade pessoal; brio, altivez. 2) Amor próprio demasiado; soberba. 3) Aquilo ou aquele(s) de que(m) se tem
orgulho.
Patrick M. Morley (Livro: O
Homem de Hoje Ed. Mundo Cristão).
“Orgulho é pecado da
comparação no qual comparamos nossas qualidades aos defeitos do outro sujeito.
Para que nos sintamos melhor, rebaixamos as outras pessoas, às vezes
verbalmente e às vezes apenas mentalmente. A maneira mais fácil de desprezar os
outros é escolher pessoas que aparentam ser ‘menores’. E é particularmente
fácil escolher os defeitos das outras pessoas para comparar às nossas
qualidades”.
Este pecado é presente em
todos os seres humanos, e isto independente da idade, as vezes parece que o
jovem é mais orgulhoso.
O por quê? Será que são mais
pecadores? Será que é uma fase da vida? Será que é porque estão tentando
conquistar um espaço?
Não posso responder isto de
uma maneira fechada dizendo é isto, mas o que entendo é que o jovem não faz
questão de esconder seu orgulho, por achar que esta sendo autentico,
irreverente, etc. Quanto os mais experientes também são orgulhosos mais
cautelosos e demonstram isso quando usam a palavra “há! No meu tempo...”.
Mesmo não conseguindo
fechar o motivo de sermos tão orgulhosos, uma coisa eu consigo afirmar com
segurança o orgulho é pecado.
Pensamento do homem sobre o orgulho:
O que primeiro vemos é que
o orgulho tem outro nome para a sociedade “amor próprio”. E por isso ele até é
incentivado como uma forma de lidar com o homem que sofre de “auto-estima
baixa”.
Segue alguns conselhos de
pessoas profissionais (mas não bíblicos).
- Aceite a si mesmo
- Não se irrite, vingue-se;
- Se você gosta faça
- Tenha suas necessidades supridas
- Aprenda a amar a si mesmo
- Descubra o “deus interior”
- Perdoe a si mesmo
- Entre em contato com você mesmo
- Busque a atualização do eu
- Afirme a si mesmo
- Fale de suas realizações pessoais
- Seja você mesmo
- Transfira a sua culpa aos outros
- Pratique visualização.
São coisas que o mundo, e
até em muitas igrejas têm ensinado, mas que é contrário à vontade do Senhor. A
supervalorização do eu tira os nossos olhos da glória do Senhor. Tudo deixa de
ser para Ele e passa a ser para mim.
Estes são enganos na vida
das pessoas, e principalmente da juventude, que vem se desenvolvendo do final dos anos 60 pra cá. A juventude
passou a ser uma época legal, bonita, os heróis passaram a ser aqueles que são
de alguma forma rebeldes.
Duas características dos
jovens de nossa época:
1) Auto-suficiência
Características que acabam se tornando normais:
Auto-suficiência | Maturidade |
Ensina a viver por si só, independente de outras pessoas. | Ensina a lidar com os vários aspectos da vida a fim de agradar a Deus. |
Seu alvo é agradar-se | Seu alvo é agradar a Deus. |
É egoísta | É abnegado. |
São motivadas pela ambição egoísta. | Suas motivações são confrontadas com as Escrituras. |
Estimula o egoísmo. | Estimula a busca por Deus |
2) Independência
Somos incentivados a ser
independentes, pois precisamos sobreviver em um mundo competitivo, “a saber nos
virar”. E com este pensamento vem o engano, independência não implica em
liberdade total.
Por natureza queremos
desfrutar da liberdade em vários aspectos de nossas vidas. O nosso sonho
geralmente passa pela:
Vida profissional: ser dono
do próprio negócio. Ganhar muito e trabalhar pouco.
Escolher como usar o tempo
no dia a dia.Viajar à vontade.
Desfrutar de um amor verdadeiro.
Mas o homem nunca teve uma
liberdade total. Já no Éden o homem tinha limitações (tinha ofício, e
limitações dadas por Deus - Gn 2.15-17). Com a entrada do pecado as limitações
aumentaram (o ofício se tornaria penoso. Gn 3.17, e a natureza pecaminosa Gn
4.7).
Independência | Maturidade |
Ensina a se rebelar contra as autoridades. | Ensina os homens a se submeter às autoridades. |
Seu alvo é procurar viver para si mesmo. | Seu alvo é aprender a depender de Deus. |
É egoísta. | É abnegado |
São motivadas pelas ambições egoístas de suas próprias escolhas de uma vida de prazer. | Suas motivações são confrontadas com as Escrituras ao estimular uma vida de comunhão com Deus e com os irmãos em Cristo. |
Estimula o egoísmo. | Estimula a busca por Deus. |
Porém, desde o princípio o homem foi criado para viver em dependência em dois níveis: Coletivamente (1Jo 1.7; Cl 3.15-16; Ef 4.11-16) e Dependência de Deus (Mt 4.4; Jo 15.5; 2 Co 3.5).
A independência é um dos
maiores enganos, por trás dela vem uma vida rebelde. Deus lida com estas
pessoas com severidade (ex. Uzias 2Cr. 26).
Independência não é mesma
coisa que maturidade, elas são totalmente distintas.
O orgulho é a fonte de
outros pecados, através do canal do orgulho, vemos a discórdia, ciúme,
presunção, altivez, ostentação, raiva, inveja, ódio, atitude condenatória e
atitude hipócrita.
Precisamos aprender a lidar
com nosso orgulho, ele é pecado e por isso desagrada a Deus.
Esta é uma maldade que vem
do nosso coração, que precisa ser trabalhada imediatamente confessando isso ao
Senhor.
O pecado sutil do orgulho
engana todo cristão, o mais invisível dos pecados, nenhum esforço é necessário
de nossa parte para obtê-lo, mas toda força é exigida para mantê-lo afastado.
A palavra nos exorta que em
vez a testar o nosso valor comparando-nos aos outros, devemos nos
auto-examinar. Assim se nos sairmos bem, congratulamo-nos, mas não a custas dos
outros. (Gl 6.4)
Normalmente para nos
sentirmos bem, mais valorizados, tomamos como padrão o outro. Mas A Bíblia nos
ensina que o padrão deve ser nós mesmos.
Jesus contou uma parábola
porque no tempo dele também havia homens “que confiavam em si mesmo... e
desprezavam os outros” (Fariseu orou a Deus demonstrando ser orgulhoso
menosprezando o cobrador de imposto que só pede misericórdia a Deus por ser
pecador) e depois concluiu dizendo a respeito do cobrador de imposto “digo-vos
que este desceu justificado, e não o outro, porque todo aquele que se exalta
será humilhado; mas o que se humilha será exaltado”. Lc 18.
O orgulho nos impede de ter
uma visão da glória de Deus, porque queremos a glória para nós mesmos, tiramos
Deus do centro e nos colocamos no centro. Lembre-se “Porque dele, e por meio
dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente.
Amém!”(Rm 11.36).
Quantos relacionamentos,
quantas amizades foram destruídas por causa do orgulho... O orgulho nos faz
querer ter razão, o mais importante nem sempre é ter razão, e sim no que
depender de nós viver em paz com todos...
Precisamos deixar o orgulho
imediatamente – “No ano em que o rei Uzias morreu eu vi o Senhor...(Is 6.1)”
declarou Isaias, ou seja quando Uzias o símbolo de orgulho morreu Isaias teve a
visão da glória de Deus. O Uzias de nossa vida tem que morrer. Pense! Qual o
seu Uzias? Logo após identificá-lo o deixe – e aja como alguém
arrependido.
E concluímos este estudo
com uma frase de C.S. Lewis “O orgulhoso está sempre olhando coisas e pessoas
de cima para baixo; e, naturalmente, enquanto você estiver olhando para baixo,
não poderá ver algo que esteja acima de si”