ADORAÇÃO....
Texto: João 4.21 -24.
Texto: João 4.21 -24.
Introdução:
Tive uma lição muito grande da minha filhinha a Sarah, A Lú (minha esposa) sai do serviço, pega a Sarinha na escolinha e depois
me busca na empresa que eu trabalho.
“Papai chegando em casa vamos
ler a bíblia, orar, fazer tudo direitinho, obedecer, deixar tudo brilhando,
porque não podemos desagradar a Deus, Deus merece o melhor”.
Foi uma surpresa que me fez pensar na essência, que muito além de achar
bonitinho (porque foi), Deus falou grandemente ao meu coração, me emocionei,
não tínhamos entrado neste assunto com ela, mas ela foi a boca de Deus para mim
dizendo “Regis é isto que eu quero de você!!!”
“e os meninos clamando no templo: Hosana ao
Filho de Davi, indignaram-se, e disseram-lhe: Ouves o que estes dizem? E Jesus
lhes disse: Sim; nunca lestes: Pela boca dos meninos e das criancinhas de peito
tiraste o perfeito louvor?” ( Mt 21:12 -16)
Iremos falar hoje sobre adoração; meu irmão o texto mais conhecido sobre
adoração é a afirmação que Cristo faz em João Cap 4. 21 -24.
“Mas a hora vem, e agora é, em
que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o
Pai procura a tais que assim o adorem.
Deus é Espírito, e importa que os que o adoram
o adorem em espírito e em verdade.”João 4:23-24
As Escrituras estão repletas de adoração e de princípios sobre a
adoração.
Mas João que apresenta Jesus, como Senhor, como Filho de Deus, nos seus
primeiros capítulos Cristo inaugura três novas realidades.
1ª Novo templo (quando fala de sua morte, e diz que depois de três dias restauraria o
templo que seria destruído)
2ª Nova vida (experiência com Nicodemos, nova vida só com novo nascimento –
nascimento no Espirito)
3ª Nova Adoração (não mais no templo, não mais no monte – mais em espirito e em
verdade). E é nesta terceira nova realidade que nos apegaremos esta noite.
Em um dialogo, em um ensino individual Jesus traz algo muito profundo...
Ele traz luz ao que fora ensinado durante séculos.
Ele ainda diz que Deus procura...Que Deus busca... Os verdadeiros
adoradores... (Jesus quebra anos de tradições – para trazer esta profunda
verdade).
É pensando nisto tudo e aplicando a nossa realidade, a nossa geração, queria
levar você a entender um pouco mais sobre esta verdadeira adoração que Jesus
ensina.
É na adoração que: ou expressamos quem Deus é, ou o quão profunda é a
corrupção de nossa mente.
Se tivéssemos que definir CULTO, creio que a melhor definição nos foi
deixada por William Temple ex-arcebispo de Canterbury:
Cultuar é vivificar a
consciência pela santidade de Deus, - em o que isso nos afeta,
alimentar a mente com a verdade
de Deus, -nossa mente aprende mais de
Deus.
purificar a imaginação pela
beleza de Deus, - nossa mente, nossa imaginação é purificada
pela beleza de Deus...
abrir o coração para o amor de
Deus, - coração aberto para amar...
devotar a vontade ao propósito
de Deus.- adoração me faz desejar viver
diferente.
Vemos pouco da verdadeira adoração hoje – vemos um mundo que vive para o
desprazer de Deus.
Na maioria dos casos o que vemos é mero entretenimento, é um mero
ajuntamento para diversão... Momento de musicas são só embalos.
Os cultos estão em um estado depravado. Antes estes momentos eram
chamados de cultos – hoje falamos que é um show mesmo.
Show é ser humano demonstrando suas habilidades – show é ser humano
admirando ser humano (marcha; cultos de louvor).
Só porque falamos de Jesus, de Deus do Espirito Santo achamos que é
adoração.
Transformamos aquilo que é profano em agradável porque não sabemos que é
adorar.
Participamos do culto e nada mudou, mas saímos dizendo foi bom...é
depravação.
Josemar Bessa diz que isto acontece porque
nossa geração é trivial (barato, comum).
Ou seja, você esta aqui, mas é como se você estivesse em qualquer outro
lugar. Sai apenas como o espirito alegre como se tivesse em qualquer outro
lugar.
Nossa mente não esta envolvida, nosso coração não esta mais reverente,
mas sim com uma falsa intimidade.
Gosto muito de historia da igreja, e olho para historia vejo que em
nossa geração não temos grandes pensadores, profundos...
Então nos envergonhamos quando vejo os puritanos. Homens de 20 anos, que
marcaram suas gerações com seus escritos.
O que dizer de Deus em nossa geração – trivialidade (comum, superficial)
várias repetições vazias... O que ficará da nossa geração para o futuro?
Nossa adoração mostra o quanto somos superficiais... Temos como heróis
cantores, atores, e temos transportado isto para igreja, e a gente chama de
culto.
O objetivo de nossa cultura é entreter, divertir. Isto esta em todos os
meios, e se infiltrou em nossa mente...
As pessoas assistem tv quase o tempo inteiro, e qual a proposta da tv?
Nada além de entreter e divertir as pessoas.
No fim as pessoas depois de assistir elas não tem nada como já não
tinham antes.
Retrato de nossa geração – Superficialidade profunda – se é que a
superficialidade pode ser profunda.
Nossa geração vai dizer que tudo isto não tem nada haver... Pois é isto
que ela aprendeu.
A adoração não gera um pensamento profundo, e nem santidade.
Por isso me parece que o ensino de Jesus a aquela mulher a beira do poço
ainda ecoa forte.
Deus procura verdadeiro
adoradores que o adoram em espirito em verdade.
Como uma pessoa cheia de baboseira na cabeça pode de uma hora para outra
pensar profundamente... Deu 7 horas da noite agora vou cultuar a Deus. Quando
somos superficiais não podemos ter apenas 2 horas de profundidade.
Pessoas que não tem um pensamento profundo de Deus não podem adorar a
Deus. Como você pode pensar na santidade de Deus se seu cérebro esta vazio
sobre esta verdade.
Como você pode ficar entusiasmado se você confunde o motivo pelo qual
você foi criado, com entretenimento e diversão?
É uma centralidade no homem... é show, mas para mim é ridículo imaginar
Deus assistindo um show (homem admirando homem, Deus admirando performance).
Nos igreja tradicional criticamos a teologia da prosperidade, mas somos
egoístas.
Pra mim é um grande mistério como gente nutrido pelo verdadeiro
evangelho, pela palavra fiel, se tornam tão fúteis quantos os que se
alimentaram a heresias.
Deus procura adoradores que o adorem em espirito e em verdade.
Jesus mostra algumas coisas importantes para aquela mulher...
Para que ela entendesse este ponto central de sua mensagem...
1ª Senhorio de Deus
“A mulher disse-lhe: Eu sei que o Messias (que se chama o Cristo) vem;
quando ele vier, nos anunciará tudo.
Jesus disse-lhe: Eu o sou, eu que
falo contigo”.
João 4:25-26
Traz para si o senhorio.
É uma visão da soberania sendo restaurada.
Cristo coloca Deus como soberano.
“Jesus disse-lhes: A minha comida é fazer a vontade daquele que me
enviou, e realizar a sua obra”. João 4:34
Cristo sendo co-igual Deus, não tendo distancia moral de seu Pai, era
cheio de reverencia.
Nós temos um abismo que nos separa de Deus – que se chama santidade, e
mesmo assim não reverenciamos a Deus.
Adorar a Deus é ter uma consciência vivificada por esta realidade. Ele é
Senhor.
2ª Grandeza de Deus.
Não é o Deus que se limita a espaço, local... Não é no monte, e nem no
templo...
E não podemos ser irreverentes diante deste Deus grande...
Perguntaram para Agostinho “O que Deus estava fazendo antes
de criar o mundo” ele respondeu “estava
criando o inferno para pessoas que fazem perguntas como você”.
Agostinho foi duro, porque ele não aceitava piadinhas com Deus.
Não faça piadas como o que você não entende. Você não tem noção do
tamanho, da grandeza, da profundidade, da largura do nosso Senhor..
O cântico dos serafins em Isaias 6 declara esta verdade “toda a terra esta cheia de sua glória (vs3)”
a glória de Deus esta em todo lugar.
Isto é um terror para quem não é verdadeiro adorador... Mas é uma
celebração, uma tremenda alegria para o que é... como a celebração do Salmo 139
“se subir ao céu, se for na profunda cova, no mar... Deus esta...” Deus esta
aqui. Isto é o seu atributo “Onipresença”
Um adorador reconhece esta grandeza de Deus.
3º Pureza de Deus:
Deus é espirito – por isso da adoração em espirito em verdade.
Jesus ao falar com a mulher já mostra seu conhecimento e que algo nela
precisa ser avaliado, “Você já teve 5 maridos e o que esta com você não é teu
marido (Jo 4.16-18)
Habacuque diz que Deus é puro de olhos e não pode ver o mal. (Hb 1.13)
E esta pureza mostra para o adorador que com Deus não pode brincar.
Diante desta pureza devíamos ser esmagados.
Foi por essa verdade que Isaias gritou “Ai de mim vou morrer...”
A adoração é uma coisa rara. Por isso Deus procura.
Isaias disse “Tenho lábios impuros” e isso não é porque ele falava
palavrão, seria ridículo pensar assim. É porque ele tinha visão da santidade da
pureza de Deus.
É porque ele olhava para si e para sua geração e entendia que a boca
fala do que o coração esta cheio.
E ainda estes serafins – que não pecaram por isto estava diante de Deus
– Declaravam “Santo, Santo, Santo” no hebraico traz a ideia de ênfase, ressalta
este atributo de Deus. Não vemos na bíblia que Deus é “amor, amor, amor”, ou
“bom, bom, bom” porque esta grande entonação enfatiza nossa distancia, nosso
abismo do Senhor.
A Bíblia diz que você pode entrar na presença de Deus por um novo e vivo
caminho, chegar com ousadia perante o trono.
Mas é pela graça, é por causa de Cristo, pelo mérito Dele... por isso
precisamos de toda reverencia. Lembre-se Cristo sendo igual a Deus foi
profundamente reverente...
Meu irmão você continua tão indigno quanto antes, se não fosse Cristo.
Você não poderia se achegar a Deus... Ele é muito puro...
4ª Auto anulação diante de Deus
Deus, Deus, Deus – é ele que tem que aparece...
Não tem como se apresentar coma um grande pregador, não tem como uma
grande banda.
Não podemos mostrar dois grandes – somente Deus é grande...
“Jesus respondeu, e disse-lhe: Se tu conheceras o dom de Deus, e quem é
o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva.”
João 4:10
Jesus faz esta mulher perceber que ela tem necessidades, que assim como
ela faz o esforço de ir buscar água para sua sobrevivência, ela precisa do dom
de Deus, da água viva para viver, ela precisa da graça de Deus.
E por isso disse “Senhor, dá-me dessa água, para que não mais tenha
sede” João 4:15
Não é entretenimento, ou diversão – pois a adoração flui quando
reconhecemos quem Deus é. Não posso me divertir enquanto me humilho.
Enquanto reconheço que preciso Dele.
Os serafins cobriam o rosto diante do Senhor, para que apenas a glória
do Senhor fosse enfatizada.
A Adoração acontece quando percebemos, entendemos com todo nosso ser que
Deus é o Senhor, Ele é grande, soberano, e totalmente puro e nós somos pequenos,
limitados e pecadores.
Se nos achegamos a sua presença é pela graça.
É por causa de Cristo.
Se percebemos esta grande verdade só nos resta adorar.
Para terminar
“Cultuar é vivificar a
consciência pela santidade de Deus,
Alimentar a mente com a verdade
de Deus,
Purificar a imaginação pela
beleza de Deus,
Abrir o coração para o amor de
Deus,
Devotar à vontade ao propósito
de Deus”.
Amém!
Se a sua roupa é uma moldura para seu rosto da qual a gloria de Cristo
deve brilhar.
Mas se roupa é moldura para seu corpo é sensualidade é Deus abomina
Verdadeiros Adoradores?
Temos que cultuar a Deus de acordo com a Sua
vontade. Quando nos debruçamos sobre as Sagradas Escrituras, mais
especificamente sobre o livro do profeta Malaquias, vemos, que a realidade
vivenciada pelo profeta não é tão diferente da nossa. Nas palavras do reverendo
Augustus Nicodemus: “o livro assim como os dias que hoje vivemos situa-se num
contexto no qual adorar a Deus parece não fazer a diferença visível na vida dos
que o buscam constantemente nos locais de culto”.
Os cristãos não entendem o privilégio imerecido
que têm de adorar a Deus, sendo-lhe leal e executando assim a sua boa,
agradável e perfeita vontade.
Assim como hoje, nos dias do profeta Malaquias
o culto era vazio e superficial. O que vemos hoje é a realidade dos tempos de
Malaquias onde os sacerdotes haviam se corrompido e estavam desmotivados, e
dessa forma prestavam a Deus um culto não condizente com a Sua Glória e
Majestade.
Nessa mesma linha de pensamento o príncipe dos
pregadores, Charles Haddon Spurgeon, disse: “o fato é que muitos gostariam de
unir igreja e palco, baralho e oração, danças e ordenanças. Se nos encontramos
incapazes de frear essa enxurrada, podemos, ao menos, prevenir os homens à sua
existência e suplicar que fujam dela. Quando a antiga fé desaparece e o
entusiasmo pelo evangelho é extinto, não é surpresa que as pessoas busquem
outra coisa que lhes tragam satisfação. Na falta de pão, se alimentam com
cinzas; rejeitando o caminho do Senhor, seguem avidamente pelo caminho da
tolice”.
Assistimos a meros shows gospel, pois, foi
nisso que o culto das maiorias das igrejas se transformou. Um culto assim leva
o povo ao desânimo, e faz com que o amor pelas coisas de Deus diminua, levando
o povo a se dispersar e a sair em busca de seus próprios interesses; algo que
lhes satisfaça, nem que para isso tenham que trilhar o caminho da tolice como
bem disse Spurgeon.
Martyn Lloyd-Jones em seu livro Estudos no
Sermão do Monte nos diz que “a mais notável característica da igreja atual é a
sua superficialidade”. Essa verdade foi asseverada em 1959, o Doutor, como era
conhecido (Martyn Lloyd-Jones), parece que estava descrevendo a nossa realidade
onde a superficialidade impera e o amor de muitos esfria. “Então como cultuar a
Deus sendo tão superficiais?” “O que nos difere dos sacerdotes dos tempos do
profeta Malaquias, que se apresentavam diante de Deus de qualquer maneira e
prestavam um culto e uma adoração deturpada e vil?”
Se tivéssemos que definir CULTO, creio que a
melhor definição nos foi deixada por William Temple ex-arcebispo de Canterbury:
“cultuar é vivificar a consciência pela santidade de Deus, alimentar a mente
com a verdade de Deus, purificar a imaginação pela beleza de Deus, abrir o
coração para o amor de Deus, devotar à vontade ao propósito de Deus”. Se
colocarmos os cultos de hoje sob o crivo dessa definição estamos até piores do
que os sacerdotes dos dias do profeta Malaquias.
O culto deve ser centrado na pessoa e na
Palavra de Cristo, mas, o cativeiro do humanismo (ver o artigo anterior)
aprisiona o homem em si mesmo e o faz adorar a criatura ao invés do Criador. A
restauração do verdadeiro culto a Deus é um processo lento, demorado e
progressivo e que acima de tudo é mais do que necessário. Para que tal
restauração aconteça é necessário entendermos o que Jesus mesmo ensinou acerca
do culto. Jesus restaurou o culto a Deus em um ambiente hostil e bastante
estranho. Ele não o fez no Templo em Jerusalém como era de se esperar, mas o
fez à beira de um poço em Samaria, e isso em um encontro com uma mulher que
estava a tirar água do poço. Jesus, em uma simples conversa à beira de um poço
com uma mulher samaritana ensinou como deve ser o verdadeiro culto a Deus,
contudo estamos muito distante das verdades asseveradas por Nosso Senhor Jesus
Cristo! O culto que ora prestamos é frio e antropocêntrico, o que está
totalmente dos padrões que Cristo expôs à mulher samaritana, o que infelizmente
vemos é uma terrível semelhança com os tempos do profeta Malaquias. Temos que
ter consciência de que Deus tem zelo por seu nome, por sua glória e sua reputação,
tudo isso estava sendo deixado de lado pelos sacerdotes dos tempos de Malaquias
e temos que reconhecer que não estamos tributando a Deus a honra e glória que
lhe são devidas. Nas palavras do reverendo Augustus Nicodemus “o culto é a
expressão pública do que a igreja acredita sobre Deus, sobre si mesma e sobre a
salvação. Portanto, o culto é um assunto muito sério.” Estamos muito distante
da verdade asseverada nessa citação. Encerro esse post citando novamente o
reverendo Nicodemus: “As pessoas podem até querer adorar a Deus do seu modo,
mesmo estando cheias, mas quem regula o culto a Deus é ele mesmo, não nós. Não
devemos inventar uma maneira própria de adorar a Deus, pois ele dirá que o que
está sobre o altar é pão imundo”.
Que Deus tenha misericórdia de nos ajude!!!
Soli Deo Gloria!!!